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Hipertensão arterial

Hipertensão arterial na infância e adolescência

A hipertensão arterial não é uma doença apenas de adultos, ela também atinge crianças e adolescentes. Estima-se uma prevalência entre 1 e 3% de hipertensão na infância, chegando até em torno de 10 a 17% na adolescência, com tendência a aumento nos últimos anos. Esse crescimento está diretamente relacionado à pandemia mundial de obesidade, por isso é importante que o pediatra procure uma causa para a hipertensão, pois ela pode ser secundária, ou seja, consequência de outras doenças.

Quais são os indícios da doença e os fatores de risco?
O grande problema da hipertensão na infância é que a grande maioria das crianças não apresenta sinais ou sintomas e o diagnóstico acaba sendo tardio. Por isso, é importante estar atento aos fatores de risco: sedentarismo que observamos em todas as faixas etárias, o erro alimentar caracterizado por ingestão excessiva de frituras, alimentos gordurosos e com excesso de sal, principalmente os industrializados e, entre os adolescentes, o tabagismo, uso de álcool, anticoncepcionais, anabolizantes e drogas ilícitas.

As crianças e adolescentes com a seguinte associação: hipertensão, obesidade (principalmente com aumento de gordura localizada no abdome), manchas escuras com a pele mais grossa no pescoço e axilas (que chamamos de “acantose nigricans”) e alterações de perfil lipídico, apresentam o que chamamos de “Síndrome Metabólica” cujo significado é a alta probabilidade de desenvolverem diabetes e doença cardiovascular.

Como prevenir a hipertensão arterial na infância

Todas as crianças e adolescentes pré-hipertensos e com fatores de risco como obesidade, história familiar de diabetes mellitus tipo II, hipertensão arterial e antecedente de desfechos cardiovasculares em parentes de primeiro grau devem seguir uma dieta saudável e praticar atividades físicas regulares da mesma forma que orientamos o tratamento não medicamentoso. Muitas vezes devem ser encaminhados a um nutricionista.

Além disso, os adolescentes devem ser orientados quanto ao risco do tabagismo, uso de álcool, anticoncepcionais, drogas ilícitas e anabolizantes.

O diagnóstico precoce da hipertensão arterial em crianças e adolescentes é fundamental para que se evitem complicações futuras. A dinâmica da família e a participação de todos os que residem na casa, principalmente no que se refere à mudança de hábitos dietéticos e à motivação mútua para o abandono do sedentarismo, são essenciais para o sucesso do tratamento.

Fonte: Departamento Científico de Nefrologia da SPSP.

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